14/04/2010

DEMOCRACIA E NOVA FORMA DE INGRESSO NA UFSM
 
Há alguns dias, a comunidade acadêmica foi surpreendida com uma proposta de mudança da forma de ingresso na UFSM, que a Reitoria tenta aprovar a toque de caixa, sem o devido debate. Em artigo publicado neste jornal, no dia 12 de abril, o Pró-Reitor de Graduação, Prof. Orlando Fonseca, coloca que a proposta foi apresentada à comunidade acadêmica em audiências, entretanto, a democracia com que se deu o processo é uma falácia. As audiências, que ocorreram em 6 Centros (e não 7, como afirma Fonseca) foram propositadamente esvaziadas pela reitoria, pela  precária divulgação das mesmas. A UFSM dispõe de um banco de dados, através do qual todos os acadêmicos, professores e funcionários poderiam ser avisados, via e-mail, das reuniões, mas isso não ocorreu. Além disso, foram totalmente alijados dos debates o CCS e o CCSH, sendo que o segundo abriga alguns dos cursos historicamente mais propositivos e combativos da UFSM. O Prof. Fonseca também afirma em seu artigo que esteve presente em debate na sede da SEDUFSM, mas esquece de dizer que, após breve apresentação da proposta, ele e o Vice-Reitor se retiraram sem participar do debate real.
Nós, do MCC, acreditamos que uma mudança como essa só pode ocorrer com base em um debate exaustivo e universal, que englobe não só a comunidade acadêmica, mas a sociedade em geral, principalmente os diretamente interessados, como movimentos sociais, movimento estudantil, sindicatos de trabalhadores (em especial os trabalhadores em educação), associações comunitárias, grêmios estudantis, etc.
Assim, conclamamos a população a se manifestar contra a aprovação da atual proposta da Reitoria, a reivindicar um amplo e aprofundado debate sobre a questão do ingresso na UFSM, defendendo uma proposta que contribua para a construção da universidade que queremos, e também pela democratização dos órgãos decisórios da instituição (como o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, que julgará o mérito da proposta), cujos estatutos - heranças do período ditatorial brasileiro - permitem que decisões sejam tomadas de forma anti-democrática, por uma cúpula que detém em suas mãos o poder de determinar os rumos da universidade.

Ciro Oliveira
Diretório Acadêmico das Ciências Sociais e Sociologia
Movimento Construção Coletiva - MCC

  FONTE:http://www.mcc-sm.blogspot.com/

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